Tenho problemas com “Danieis”, não sei o que acontece, foram tantos. Sempre Daniel. O primeiro foi quando eu tinha 09 anos, ele queria me beijar e eu muito da boba-inocente nunca deixei, achava nojento, apesar de ser gamada nos olhos verdes e nas sardinhas que ele tinha perto do nariz. Com 15 anos me apareceu um Daniel que eu achava que era idêntico ao Daniel Johns (minha outra paixão adolescente) do Silverchair, mas hoje eu acho que ele estava muito mais pra Mark Army, tanto pelo tamanho da sua napa quanto pela cara de palerma. Ele não se achava nenhum dos dois, ele jurava que era o Kurt Cobain reencarnado e ficava no pátio do colégio sentado balançando os pés com os olhos fixos em mim e na minha amiga. Ele era muito estranho e eu fazia tudo pra ser tão estranha quanto ele, dias depois eu me encontrava no banco ao lado fazendo as mesmas coisas, balançando os pés olhando pra cara dele. Ele era estranho, mas eu gostava tanto dele, era uma paixão tão cega que me levava a fazer coisas sem nem saber o porquê. Com ele comecei a fumar, beber e a fazer cortes superficiais nos braços com gilete. Na época eu até poderia não saber bem o porquê de do uso de tudo isso, mas os mais de 10 anos que se passaram me mostraram que álcool e nicotina são sim extremamente úteis, os cortes nos braços é que até hoje nunca me deram nenhum barato. Umas semanas depois descobri que os olhares que ele jogava do outro lado do pátio não eram pra mim, e sim pra minha amiga, e quando peguei os dois juntos saquei a gilete do bolso e sai correndo atrás deles, eu queria cortar os pescoços deles de ponta a ponta, visualizei a cena durante dias e sempre ficava esperando um deles aparecer na porta da sala pra eu realizar meu desejo assassino. Depois de 4 anos minha paixão foi a Dani, minha primeira paixão por uma garota, e diferente de todos os Danieis, a Daniela foi muito legal comigo e ainda é minha garota e vai ser sempre, mesmo longe, porque tem algo que une a gente pra sempre. E por último, e a sensação que eu tenho é que vai ser o último mesmo, é o Daniel atual, o Daniel definitivo, o Daniel que está em cada palavra desse blog, em cada gota de suor que desce pela minha testa enquanto eu digito aqui, o Daniel que aparece na minha cabeça todo segundo, mesmo às vezes me fazendo querer meter a cabeça contra a parede pra ver se consigo arrancar ele a força de dentro de mim. Depois de tantos Danieis é até bobagem dizer que você é o definitivo, porque muitos outros podem aparecer, e eu realmente gostaria de acreditar nisso, mas você sempre volta, eu já te amarrei em um saco com pedras e te joguei no fundo de um rio e você voltou, quando eu menos esperava você estava acariciando minha perna e me transformando nisso que eu sou hoje... Depois de você, não sei se vou ter forças pra outros, porque o que eu poderia entregar a outros você roubou e levou embora faz tempo...
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
terça-feira, 11 de novembro de 2008
E eu ainda muito longe, na Ilha Norte perto do fim do mundo. Cinco dólares nas mãos e uma oferta para lavar pratos em uma kebaberia. Ou é isso ou vou ter que enfiar o rabinho entre as pernas e vou ter que voltar, e eu ainda não posso, o coração ainda está inflamado. Ainda não. Vou lavar pratos.
Nove dias. Aguentei só nove dias. Minhas mãos já estavam cheias de perebas e eu corria o risco de perder meus dedos na maquina de ralar batatas. Enchi os olhinhos de lágrimas, fiz cara de gatinho do Shrek e o turco-chefe me deu a grana dos nove dias. Puta sorte! Ele não era obrigado a me pagar, ainda mais que eu trabalhava ilegalmente, whatever...
Fui pra rodoviária e peguei um ônibus, ainda me lembro do nome do busão, “Tongariro National Park”. Caralho, eu lá na puta que pariu e seu cheiro na minha blusa, eu sei que até parece letra de musica sertaneja, mas a droga do seu cheiro estava lá. Joguei a blusa fora e congelei...
Entrei no pub, bebi uma Stella, conheci 3 gúrias e fui jogar bilhar. Elas me pagaram cerveja, um rango, e eu fiquei no mesmo quarto que elas no albergue, conversamos sobre corações despedaçados. No dia seguinte peguei carona pra não lembro onde e deixei as garotas pra trás. Peguei carona com um inglês que tinha uma van (e eu, antes de entrar, pensei: “Putz, Van é carro de tarado/pervertido”), olhei pra cara do inglês e ele tinha cara de inglês e sotaque de inglês e era lindo, entrei na Van e uma amiga que me ajudou com a mochila só disse “take care girl”. Eu tropecei, cai com a cara no banco, deixei umas coisas cair, que o vento levou e o inglês foi correndo toscamente pegar tudo pra mim...Cute!
O inglês era tão inglês que não me fez nada, acho que mesmo que eu quisesse. Fumamos maconha juntos e tomamos um café e ele me deu a blusa dele porque percebeu que eu estava roxa de frio. Desci em uma praia e fiquei por lá. Mas me bateu um tédio. Mesmo com tantas coisas acontecendo eu fiquei bodeada e no dia seguinte eu voltei. Hoje até me arrependo um pouquinho...Talvez ainda hoje era pra eu estar por lá, mendigando cerveja e restos de cigarros. Um minuto de chateação e eu joguei tudo pro alto e voltei. Só ficou um monte de lembranças turvas de coisas tão surreais que nem parecem mesmo que aconteceram. Essa experiência toda me deixou mais livre. Hoje são poucas as coisas que me dão medo. Perder o emprego? Foda-se! Não ter dinheiro? Fo-da-se! Não gosta de mim? F-O-D-A-S-E-S-E-E-E!!! Hoje só tenho medo de perder a minha vontade, minha inquietação e minha paixão. Essas coisas entaladas na garganta, e essa dorzinha no coração que fazem eu me mexer. Eu só vou parar quando ainda essas gotas de sangue que correm e aquecem minhas veias secarem, e ainda falta algum tempo. Ainda sinto. E só você tem meu botão de liga/desliga. Eu já tentei fugir e ficar longe, mas não dá. Voltei. So ...Take me now, As I am.
Nove dias. Aguentei só nove dias. Minhas mãos já estavam cheias de perebas e eu corria o risco de perder meus dedos na maquina de ralar batatas. Enchi os olhinhos de lágrimas, fiz cara de gatinho do Shrek e o turco-chefe me deu a grana dos nove dias. Puta sorte! Ele não era obrigado a me pagar, ainda mais que eu trabalhava ilegalmente, whatever...
Fui pra rodoviária e peguei um ônibus, ainda me lembro do nome do busão, “Tongariro National Park”. Caralho, eu lá na puta que pariu e seu cheiro na minha blusa, eu sei que até parece letra de musica sertaneja, mas a droga do seu cheiro estava lá. Joguei a blusa fora e congelei...
Entrei no pub, bebi uma Stella, conheci 3 gúrias e fui jogar bilhar. Elas me pagaram cerveja, um rango, e eu fiquei no mesmo quarto que elas no albergue, conversamos sobre corações despedaçados. No dia seguinte peguei carona pra não lembro onde e deixei as garotas pra trás. Peguei carona com um inglês que tinha uma van (e eu, antes de entrar, pensei: “Putz, Van é carro de tarado/pervertido”), olhei pra cara do inglês e ele tinha cara de inglês e sotaque de inglês e era lindo, entrei na Van e uma amiga que me ajudou com a mochila só disse “take care girl”. Eu tropecei, cai com a cara no banco, deixei umas coisas cair, que o vento levou e o inglês foi correndo toscamente pegar tudo pra mim...Cute!
O inglês era tão inglês que não me fez nada, acho que mesmo que eu quisesse. Fumamos maconha juntos e tomamos um café e ele me deu a blusa dele porque percebeu que eu estava roxa de frio. Desci em uma praia e fiquei por lá. Mas me bateu um tédio. Mesmo com tantas coisas acontecendo eu fiquei bodeada e no dia seguinte eu voltei. Hoje até me arrependo um pouquinho...Talvez ainda hoje era pra eu estar por lá, mendigando cerveja e restos de cigarros. Um minuto de chateação e eu joguei tudo pro alto e voltei. Só ficou um monte de lembranças turvas de coisas tão surreais que nem parecem mesmo que aconteceram. Essa experiência toda me deixou mais livre. Hoje são poucas as coisas que me dão medo. Perder o emprego? Foda-se! Não ter dinheiro? Fo-da-se! Não gosta de mim? F-O-D-A-S-E-S-E-E-E!!! Hoje só tenho medo de perder a minha vontade, minha inquietação e minha paixão. Essas coisas entaladas na garganta, e essa dorzinha no coração que fazem eu me mexer. Eu só vou parar quando ainda essas gotas de sangue que correm e aquecem minhas veias secarem, e ainda falta algum tempo. Ainda sinto. E só você tem meu botão de liga/desliga. Eu já tentei fugir e ficar longe, mas não dá. Voltei. So ...Take me now, As I am.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Ele me deu um chute de leve na barriga e jogou a bituca de cigarro na minha cara. Eu estava sentada no chão ouvindo com cara de tédio todas as suas lamentações. Ele ficava me dizendo que eu não tinha o direito de fazer o que eu faço, sendo que tudo o que eu faço é ser completamente louca por ele. Eu não tenho culpa. Eu sou o que sou e estou onde estou por culpa dele. Eu não fiz nada muito grave, foram só alguns escândalos, um monte de lágrimas derramadas, maquiagens borradas e roupas rasgadas. E ele vem me dizer pra eu não ser mais eu, pra eu não mais lhe querer, e não lhe ver. Eu sei que sem ele não vai ter mais nada. E eu ainda prefiro queimaduras de cigarro no rosto ao nada.
sábado, 11 de outubro de 2008
Sobre cervejas, cigarros e o nada.
Ando meio zumbi, daqueles de filmes do George Romero. Não me lembro das coisas, nada de ontem, nem de anteontem e nem de coisas de anos atrás. Escuto vários “bons dias” e respondo com um sorriso, mecânico. Eu escorrego no vazio da minha própria cabeça, do meu coração e da minha alma. Mais uma na multidão de rostos feios e infelizes. Ontem eu era “a fodona” e fazia diferença, hoje eu só sou o numero 54678043. Aperto parafusos. Me mantenho em pé, só não sei o porquê. I´m fucking tired e não sei até onde vou resistir. Já não existe mais nada pra se tirar de mim, pro amor eu já acordei, pro trabalho eu cansei e pra guerra eu já morri. E sobrou isso aqui.
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Diz que estou por ai...
Eu estava lá no sul, na chuva e no frio, e eu não tinha onde ficar e parei em um hotel na frente da rodoviária com minha mochila pesada e minhas pernas cansadas de tanto andar e andar com todo aquele peso (o peso da mochila e o peso do meu coração velho e estragado) e dois velhos nazistas evangélicos me atenderam e me perguntaram se eu ia passar a noite sozinha, porque aquele era um hotel de respeito e de família, e que eles só tinham um quarto por 30 reais e me deram a chave e eu entrei e vi tufos de cabelo do lado da minha cama, uma coisa vermelha na pia do banheiro, uma barata perto da enorme teia de aranha, um ar sufocante e úmido e o velho evangélico com um bigode amarelado enorme começa a tossir e a escarrar de 30 em 30 segundos repetidamente, contados no relógio, bem na frente da minha porta. E nesse hotel eu deixei de ser machinho e meu lado mulherzinha falou mais alto. Tive tanto nojo, tanto nojo... E pensei na minha cama limpinha e quentinha daqui de São Paulo... Tentei imaginar quantas putas já foram comidas naquele quarto (os velhos disseram que era um quarto de família, mas naquele chiqueiro? Que família? Só se forem as putas e os filhos delas mesmo...). Eu não conseguia encostar em nada, era tudo sujinho demais, sujinho demais até pra mim, que não tenho frescura... E eu sai do hotel, perdi 30 reais que já tinha pagado porque eu não estava com saco pra bater boca e pedir a grana de volta, voltei pra rodoviária e peguei um ônibus pra outro lugar. Neste outro lugar nem rodoviária tinha, cheguei em uma praça e o que eu temia aconteceu, o motorista disse “Corupá, destino final” e eu tive que descer. Eu estava no meio do nada. Parei no bar (bar sempre tem em qualquer lugar) e bebi uma dose de conhaque. Perguntei se existia um lugar pra ficar e me levaram pra um galpão com fachada verde onde tinha um hippie nórdico que me hospedou. Lugar limpinho, lençóis cheirosos e café da manhã com doce de leite. De manhã vi meia dúzia de cachoeiras e me enchi da natureza, o nórdico me pagou umas brejas e eu disse tchau. Peguei um ônibus direto pra poluição de Porto Alegre. Todo tesão que me falta por São Paulo me sobra por Porto Alegre. Precisava comer e decidi procurar um yakissoba porque era barato e tinha carboidratos, carne e legumes, e eu precisava de comida de gente porque estava à base de cerveja e tang com ypioca há algum tempo, entrei num buteco japonês e um chinês bizarro me atendeu, ele tinha uma verruga no canto da boca e tinha uns fiozinhos que iam até abaixo do pescoço, ele ficava alisando aqueles fiozinhos e o avental dele parecia avental de açougueiro, foi ai que tive meu momento nojinho II e perguntei se tinha “cheesecake” e antes que ele respondesse “não, sua idiota, isso é um restaurante japonês” eu já estava lá fora tropeçando em uma latinha. Fui pro gasômetro e encontrei os guris que falam com aquele sotaque lindo, e fui ouvir roquinho e beber, causar e ser feliz e me sentir livre. Eu estava sozinha, ninguém me conhecia, eu não era absolutamente ninguém e podia ser qualquer uma. Fui Bia, Camila, Rita e Margarete. Fui de São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro (mesmo fingindo um sotaque caricato). Subia e descia ruas sem horário, sem pressa e sem destino. Fiquei na rua por uns dias. Fiquei embriagada por uns dias. Dormia com pessoas quando precisava de cama e de chuveiro e de comida. E eu fui ao Teatro e vi Mário Quintana e ouvia Bob Dylan e Vanguart no mp3 sentada na calçada esperando alguma coisa acontecer e sempre acontecia... Um bêbado vinha e filosofava, alguém me convidava pra ver bandas ou me pediam fogo pro cigarro e com o fogo vinham conversas e conversas levavam a outras coisas. E era sempre algo diferente e inesperado. Conheci uma perdida de São Paulo, ficamos amigas, dividimos um quarto, bebidas e um loirinho de 19 anos. Com ela ficou mais fácil viajar, pedimos carona ou rachamos as despesas... E estamos por ai, aqui agora e não sei aonde amanhã...
Decidi que não quero mais viver sabendo o que vai me acontecer. Eu não quero mais viver acordando as 8, saindo de casa as 9, entrando no trabalho as 10, e saindo as 18 pelo resto da minha vida, vendo os mesmos rostos e as mesmas frases e a mesma rotina. Eu não vou mais viver amando a mesma pessoa, quero amar e odiar todas. Quero fumar cigarros de todos os tipos, de cravo e de cereja, e beber saquê e tequila misturados com tudo o que aparecer. E vou andar pelo sul e norte e no calor e nas geleiras e vou ver tudo e sentir tudo. Vou gastar toda minha vida ate não sobrar mais nada.
Decidi que não quero mais viver sabendo o que vai me acontecer. Eu não quero mais viver acordando as 8, saindo de casa as 9, entrando no trabalho as 10, e saindo as 18 pelo resto da minha vida, vendo os mesmos rostos e as mesmas frases e a mesma rotina. Eu não vou mais viver amando a mesma pessoa, quero amar e odiar todas. Quero fumar cigarros de todos os tipos, de cravo e de cereja, e beber saquê e tequila misturados com tudo o que aparecer. E vou andar pelo sul e norte e no calor e nas geleiras e vou ver tudo e sentir tudo. Vou gastar toda minha vida ate não sobrar mais nada.
terça-feira, 1 de julho de 2008
E é tão agoniante quando está tudo engasgado por dentro, entalado na garganta, como se existisse uma bola enorme, um novelo de lã de 5 kilos entupindo seu peito não te permitindo gritar, seus olhos tão inchados que não dá pra chorar... E você bate os pés no chão repetidas vezes com vontade de correr mas você não sai do lugar e você fica ali, olhando pro nada, estático, desesperado por não ter alternativa a não ser se conformar ou se despedaçar. Não tem nada pra pensar, não tem nada pra fazer. E o vazio de todas as coisas te suga. Você se apaga. Seus olhos secam. O tempo passa. E você diz: “não foi isso que eu desejei, não foi por isso que eu lutei” mas já é tarde, e agora você é como todo mundo. Carne sufocando o desespero. Alma morta de cansaço e solidão.
segunda-feira, 30 de junho de 2008
E nós somos assim mesmo, precisamos de problemas, precisamos causar pra sentir o sangue correndo. Precisamos beber até cair, beijar bocas cheias de dentes estragados, precisamos cair e ficar caídas, acordar em camas que não conhecemos o dono, dançar feito bonecas de Olinda, borrar a maquiagem e se descabelar. Gritar, chorar e fazer risquinhos nos braços com cacos de vidros. Precisamos da falta de vocês, porque com vocês fica tudo sem graça. Precisamos disso. Só somos felizes, infelizes. Completas somos vazias.
segunda-feira, 9 de junho de 2008
Te vi chorando ontem. No começo pensei que eu deveria ser uma alma nobre e te ajudar, mas cansei... Eu quero que você se foda! Quero que se arranhe todo, e que queira morrer e que acorde abraçando um bueiro e que seus olhos fiquem cegos e sem alma. Quero que você passe o dia todo na cama olhando para o teto, que tome pílulas e tente dormir pra não acordar mais. Quero você querendo tanto algo ou alguém, querendo tanto, que até vai parecer que estão te socando forte no estômago, quero que você sinta dor, dor que nada e nenhum remédio faça passar. Te vi chorando ontem, chorando por ela novamente, e tudo que te desejei ainda acontece comigo.
Sobre cervejas, cigarros e babacas...
Usar a bebida como desculpa pra dizer que não se lembra do que se fez e do que se falou é desculpa de palhaço (eu faço isso às vezes porque eu também sou uma palhaça... às vezes). Eu sei que um porre de vodca apaga qualquer coisa da sua cabeça, mas fulano beber um gole de rabequinha e dizer que está fazendo merda porque está muito bêbado é babaquice!Pura babaquice! Falta de coragem. Falta de culhões. Falta de... Sei Lá o que... Já saí com vários babacas que fizeram essa merda de não olhar na minha cara no dia seguinte. No começo saía ofendidinha, mas depois comecei a fazer a mesma coisa... E não é que ontem me aparece um palhaço pagando de putinho ofendido comigo? “Poxa Bia. Não é possível você não se lembrar de nada, foi tão legal... blá blá blá...” Tudo que vai, volta... e pra esse pateta patético voltou... Ele vivia pagando de gatinho, saiu com minhas amigas e foi um total escroto com elas... E agora fica chorando? Gente... Eu não sou feminista, defensora das fracas e das oprimidas nem nada... Mas o que se passa com vocês moleques? Hein? Caras, sejam homens e digam: “Ontem foi legal, mas não quero mais”... “Ontem foi uma merda, Deus me livre de você de novo”, sei lá, sejam machos pra caraleo e digam! Mas não cubram a cara com o boné (boné... tosco!) ou não saiam correndo no dia seguinte quando vocês estiverem com outra vítima... Que diversão existe em fazer as pessoas se sentirem um lixinho? Escrotos, continuem com todos os seus joguinhos e truques baratos que um dia isso volta...
sábado, 7 de junho de 2008
quinta-feira, 5 de junho de 2008
Sobre cervejas, cigarros e bonecas...
Queria ser linda. Tão linda quanto ela, e queria ser esperta também. Tão esperta quanto sua garota. A vida parece mais fácil pra garotas lindas e espertinhas. Ela é uma puta garota esperta (também uma garota puta, mas isso não vem ao caso, soará como dor de cotovelo, e é...) Queria fazer as coisas que ela faz com você, conseguir te fazer rir como ela faz, arrumar os seus cabelos como ela arruma e andar de mãos dadas com você na rua como ela faz. Se querer ser outra pessoa é invejá-la então eu admito que sinto uma invejinha dela. Minha esperteza não me trouxe você, mas te levou pra ela. Ela é toda mulherzinha, enquanto eu, sempre fui mais macho que você, que me disse uma vez que “eu gosto de mulherzinhas, garotas como você fazem eu me sentir um fracote”. E você realmente é um fracote! Mas também é esperto pra caramba, fez a escolha certa quando escolheu a miss perfeição no lugar da miss maluca. A miss maluca não serve pra você, a miss maluca até já te machucou, a miss maluca é...Maluca! Já a sua garota não... Ela fala as frases que precisam ser ditas, te beija na hora certa, anda retinha nos saltos, cabelos alinhados e batom cor de rosa. Eu deveria ter sido esperta como ela e não ter chorado e borrado a maquiagem, me fez ficar feia e você não gosta de meninas feias. Também não deveria ter dançado tanto, me fez ficar suada. O cigarro me deixou com dentes amarelos e a bebida me fez rir alto demais. Você gosta de garotas alinhadas, e eu sabendo disso não fui muito esperta em escolher viver a vida de verdade a ser uma bonequinha. A sua bonequinha. Será que você vale o preço de viver de aparência? Viver sendo o que eu não sou? Acho que não, e por isso vou procurar me importar menos com o casal perfeição, a Barbie e o Ken, enquanto eu fico na minha, vivendo minha vida cheia de defeitos, barulhenta e amassada. E...Bonecas são um saco!
Sobre cervejas, cigarros e TPM...
TPM sux! Meu corpo passa a não ser meu, eu fico mocinha e chorona, chorona e gorda, chorona e com a cara cheia de espinhas, chorona e chata pra caraleo. E minha barriga dói e minhas costas doem. E tenho sono e... Droga, não interessa.
domingo, 1 de junho de 2008
Enjoy the life!
Cansei de ser tantas. Não quero mais ser. Ser cansa demais, dá trabalho. Vou jogar minha personalidade na sarjeta e só haverá meu corpo. Um pedaço de carne andando, pegando metrô, trabalhando e vendo TV. É mais fácil assim. Não vou mais querer, desejar, chorar ou amar. Não quero mais pensar, pensar pra quê? Nada é do jeito que gostaríamos que fosse, e não há o que fazer ou pra onde correr, sempre perderemos no final. Sempre haverá alguém que te comprará, seja com um salário no fim do mês ou com carinhos falsificados. É assim que é, e não vai mudar. Jogue sua alma na sarjeta, arrume um emprego, compre uma TV, envelheça e morra!
Não sei se é um começo de “delirius tremen”, pode ser, o lance é que vejo seu rosto em todos os malditos lugares, na cara de todas as pessoas. É medonho! Não tenho pra onde correr. Mesmo se eu me trancar em um quarto escuro e fechar os olhos, você aparece. Meus amigos já disseram pra eu parar de beber e cheirar tanto, eu tentei, mas mesmo sóbria eu te vejo, o que me assusta muito mais, por que, ficar louca vendo seu rosto estando bêbada é aceitável, mas até sóbria?! Seria maldição? Macumba? Ou virei mais um caso para camisa de força?
O papel em branco me assusta. Nada acontece para que eu possa falar. Eu costumava falar dele, apenas dele, porque ele me movia. Mas dele já tive muito, ou melhor, já tive muito da falta dele, e toda essa falta me levou a ter ressacas tão ruins e fortes que sobre ele não posso mais escrever, eu tento, mas qualquer gole dele me faz enjoar, e com o vomito se esvaem as minhas poucas palavras, palavras que já foram ditas, ditas e escritas milhões de vezes e que só agora eu consegui me convencer que não serão ouvidas ou lidas. Você não lê e, quando lê, não entende. Eu grito e você não escuta. Eu subo na droga da mesa, tiro a roupa e você continua olhando pro lado oposto. O papel em branco me assusta, mas não me assusta mais do que os papéis com textos que minhas mãos escreveram seguradas pelas suas.
quarta-feira, 16 de abril de 2008
Mais uma noite de bar.
Sentada em um banquinho sem uma perna e meio que perdendo o equilíbrio, em um buteco da Augusta ontem, sozinha e sem ninguém me enchendo o saco (muito raro... muito raro!!! Todos sabemos que nós, os bêbados, somos “enchedores de saco” natos...) fiquei pensando nas outras pessoas que se encontravam no bar. Tinha um cara de terno sentado ao lado bebendo conhaque, no balcão. Uma senhora idosa e só com três dentes na parte da frente bebendo pinga pura. Um grupo de mauricinhos idiotas saídos da faculdade (eu escutei a conversa deles e pude constatar o fato de serem bem babacas...) tomando cerveja e um cara pagando de Lou Reed / Julian Casablancas em pé na saída. A velhinha começou a cantar uma musica esquisita no karaokê, os babaquinhas tiraram um sarro, pagaram a conta e foram embora, o “Julian” assistia com cara de tédio enquanto fumava seu Camel, e o engravatado começou a chorar... Ele não olhava pra velhinha, só ficava com a cabeça baixa, tomando goles da sua bebida com lágrimas pingando no balcão. Fiquei observando. (momento de raiva cega e ignorante ON) Bom, eu sei que é um preconceito, mas eu acho que todo engravatado é escroto, sorry pessoas, mas eu acho... Todo engravatado que conheci até hoje foi escroto comigo ou com alguém e geralmente é um porco “juntador de dinheiro” filho da puta... (momento de raiva cega e ignorante OFF).
A curiosidade de saber o que tinha se passado com ele crescia à medida que a voz da velhinha ficava mais estridente. As lágrimas iam pingando e já formavam uma poça no balcão, e a velhinha gritando... Prestei atenção na letra da musica e só consegui entender uma frase em meio àquele “inglês macarrônico” dela... “I´m down here for your soul” “I´m down here for your soul” “I´m down here for your soul”… Essa frase até que me doeu, uma pontadinha no peito, porquê eu sei o que é estar down pela soul de alguém, mas o “eu” aqui nesse texto não importa muito... Estava interessada no chorão do balcão e mil possibilidades passavam pela minha mente já embriagada. Ele podia ter perdido o emprego em uma multinacional, ter perdido o amor da vida dele, estar com uma doença terminal... Etc. etc... Coloquei a mão no ombro dele e disse: “Seja lá o que você tenha, ou vai passar ou você vai se acostumar...”. Ele só me olhou, pagou a conta, atravessou a rua e foi beber em outro bar... Acho (rá, acha mesmo Bia?!?) que ele não queria conversa, e eu, que sempre reclamo dos bêbados me encherem o saco, hoje foi minha vez de ser “a mala”. Voltei pro banco tripé, pensei que talvez o engravatado até que tivesse alma, já que estava chorando, e pensei que talvez nem todos os “tios de terno” sejam monstros malvados. Pedi um Camel pro strokezinho, fumei, fui pro lado da vovozinha (nesse dia eu realmente estava mala e interativa demais...) e ela me contou que ela cantava aquela musica todos os dias como se fosse uma oração pra trazer a paixão dela de volta. Sai do bar quando estava amanhecendo, e com uma sensação de orgulho, orgulho por fazer parte desse universo tão esquisito e louco e sem sentido que é um buteco e seus bebedores.
A curiosidade de saber o que tinha se passado com ele crescia à medida que a voz da velhinha ficava mais estridente. As lágrimas iam pingando e já formavam uma poça no balcão, e a velhinha gritando... Prestei atenção na letra da musica e só consegui entender uma frase em meio àquele “inglês macarrônico” dela... “I´m down here for your soul” “I´m down here for your soul” “I´m down here for your soul”… Essa frase até que me doeu, uma pontadinha no peito, porquê eu sei o que é estar down pela soul de alguém, mas o “eu” aqui nesse texto não importa muito... Estava interessada no chorão do balcão e mil possibilidades passavam pela minha mente já embriagada. Ele podia ter perdido o emprego em uma multinacional, ter perdido o amor da vida dele, estar com uma doença terminal... Etc. etc... Coloquei a mão no ombro dele e disse: “Seja lá o que você tenha, ou vai passar ou você vai se acostumar...”. Ele só me olhou, pagou a conta, atravessou a rua e foi beber em outro bar... Acho (rá, acha mesmo Bia?!?) que ele não queria conversa, e eu, que sempre reclamo dos bêbados me encherem o saco, hoje foi minha vez de ser “a mala”. Voltei pro banco tripé, pensei que talvez o engravatado até que tivesse alma, já que estava chorando, e pensei que talvez nem todos os “tios de terno” sejam monstros malvados. Pedi um Camel pro strokezinho, fumei, fui pro lado da vovozinha (nesse dia eu realmente estava mala e interativa demais...) e ela me contou que ela cantava aquela musica todos os dias como se fosse uma oração pra trazer a paixão dela de volta. Sai do bar quando estava amanhecendo, e com uma sensação de orgulho, orgulho por fazer parte desse universo tão esquisito e louco e sem sentido que é um buteco e seus bebedores.
quinta-feira, 10 de abril de 2008
É quando a pinga já não arde mais e seus olhos não são mais tão verdes...
Quando a fumaça do cigarro já não fede, quando o conhaque já não é tão amargo...
E a mão treme, mas não deixa o líquido cair...
Risadas para coisas que não tem graça...
“Sim senhor... Não senhor” e barulho de teclados...
A morte que não comove, a dor que não pune...
Os sonhos que sonho pra passar o tempo...
Toda essa maldita redundância...
E o tédio...O tédio...
Quando a fumaça do cigarro já não fede, quando o conhaque já não é tão amargo...
E a mão treme, mas não deixa o líquido cair...
Risadas para coisas que não tem graça...
“Sim senhor... Não senhor” e barulho de teclados...
A morte que não comove, a dor que não pune...
Os sonhos que sonho pra passar o tempo...
Toda essa maldita redundância...
E o tédio...O tédio...
segunda-feira, 17 de março de 2008
A noite de ontem.
I was outside waiting for you
Waiting waiting waiting…
And you were outside waiting for her
Waiting waiting waiting…
I was so tired of this shit…
I broke your head
And you broke my eyes
I broke your bottle and you broke my veins
You called me crazy and I called you coward
Then your angel comes…
And your sickness cries until the next cigarette.
E eu me dissolvi misturada em fumaça...
Waiting waiting waiting…
And you were outside waiting for her
Waiting waiting waiting…
I was so tired of this shit…
I broke your head
And you broke my eyes
I broke your bottle and you broke my veins
You called me crazy and I called you coward
Then your angel comes…
And your sickness cries until the next cigarette.
E eu me dissolvi misturada em fumaça...
quarta-feira, 12 de março de 2008
Bilhete para ele que não existe mais.
Tantos anos te pedindo pra me deixar em paz, e agora que você se foi minha vida está vazia. Na minha mente, que só existia você, agora não tem mais nada. Me sinto da mesma forma de quando meu cérebro fritou pelo uso de LSD e fiquei retardada por uma semana. O estado de lesera era tanto que até escorria baba pelo canto da boca... Agora não tem a babinha, mas o estado de apatia é o mesmo. Não tem cocaína potente o suficiente para me fazer sentir as coisas que você me provocava. Você desapareceu e me deixou a dúvida se realmente existiu, ou se tudo foram apenas viagens psicodélicas. Hoje em dia, se sinto alguma coisa, ou é dor de estômago, ou é ressaca ou é saudade sua. Volte quando as coisas forem como devem ser. Volte quando eu voltar pra mim... Por que por enquanto ainda estou em você.
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Conversa de bar nº1/ “Não provoque uma maluca (ela pode não estar curada)”.
-Quero sumir...
-Pra onde?
-Não sei, quando se some não existe onde, só como...Some comigo?
-E como vamos viver?
-Vivendo... Cada dia podemos acordar em um lugar diferente, transar em um lugar diferente, termos bons momentos e se foder grande... Cada dia em um lugar... Cada dia em uma paisagem nova... Você vai comigo?
-Não... A gente merece uma vida boa...
-Vida boa não quer dizer ter TV/Computador/Carro na garagem... Somos inteligentes, podemos nos virar... Vamos?
-Não.
-Ok.
-Aha...Ok? Porque você é assim? Tão fria?
-Eu não sou fria. Você não quer, não posso te obrigar... Quer que eu faça o que?
-Mas você nem se abala...
-Era isso que você queria? Me abalar? Eu já me abalei bastante. Só um olhar seu já era o suficiente pra me deixar jogada na sarjeta cheia de arranhões, com os olhos vermelhos e tufos de cabelos nas mãos... Lembra que quase te matei uma vez quando te vi com ela? Nem posso acreditar que desperdicei tanta energia emocional com você...
-Você é maluca! E criou uma história tão maluca quanto você nessa sua cabeça bagunçada...Eu nunca nem te dei esperanças...
-Hm... Não quero falar sobre isso... Assunto chato!
-E você sabia que eu era apaixonado pela Fabiana...
-Hm...
-Nunca que eu a largaria, ela era a garota perfeita e você sempre foi maluquinha...
-Shut up!
-Viu, eu ainda te abalo...
-Me dá seu cigarro?
E a garota, fria e calmamente, apagou o cigarro na bochecha do rapaz, levantou-se, deu um beijinho em sua bochecha queimada e atravessou a rua... Ele conseguiu o que queria.
-Pra onde?
-Não sei, quando se some não existe onde, só como...Some comigo?
-E como vamos viver?
-Vivendo... Cada dia podemos acordar em um lugar diferente, transar em um lugar diferente, termos bons momentos e se foder grande... Cada dia em um lugar... Cada dia em uma paisagem nova... Você vai comigo?
-Não... A gente merece uma vida boa...
-Vida boa não quer dizer ter TV/Computador/Carro na garagem... Somos inteligentes, podemos nos virar... Vamos?
-Não.
-Ok.
-Aha...Ok? Porque você é assim? Tão fria?
-Eu não sou fria. Você não quer, não posso te obrigar... Quer que eu faça o que?
-Mas você nem se abala...
-Era isso que você queria? Me abalar? Eu já me abalei bastante. Só um olhar seu já era o suficiente pra me deixar jogada na sarjeta cheia de arranhões, com os olhos vermelhos e tufos de cabelos nas mãos... Lembra que quase te matei uma vez quando te vi com ela? Nem posso acreditar que desperdicei tanta energia emocional com você...
-Você é maluca! E criou uma história tão maluca quanto você nessa sua cabeça bagunçada...Eu nunca nem te dei esperanças...
-Hm... Não quero falar sobre isso... Assunto chato!
-E você sabia que eu era apaixonado pela Fabiana...
-Hm...
-Nunca que eu a largaria, ela era a garota perfeita e você sempre foi maluquinha...
-Shut up!
-Viu, eu ainda te abalo...
-Me dá seu cigarro?
E a garota, fria e calmamente, apagou o cigarro na bochecha do rapaz, levantou-se, deu um beijinho em sua bochecha queimada e atravessou a rua... Ele conseguiu o que queria.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
Eu fui feita pra decadência. È assim e ponto. Algumas pessoas nascem pra trabalhar e ter família, outras nascem pra serem grandes coisas, grandes escritores, empresários, isso ou aquilo. Algumas nascem pra se fuderem, outras pra fuderem os outros...E eu nasci pra viver debaixo da terra. Descer escadas de bares escuros, ficar fedendo a cigarro, suja da saliva de homens, machucada por arranhões de vagabundas, nariz ardendo de pó, fígado estragado de cachaça, olhos mareados e coração vazio. Já tentei ficar vendo essa vida pela janela, mas quem conhece o inferno não consegue ficar longe dele por muito tempo, porque sentimos muito frio e quase congelamos quando estamos longe de suas chamas aquecendo nossos corpos.
sábado, 16 de fevereiro de 2008
I NEVER TOLD YOU WHAT I DO FOR A LIVING
Conto (meu, sob o pseudônimo de Rita Valdes) publicado em uma coletânea da Mojo Books.
Um cara elegante, usando terno, cabelos bem penteados pra trás e barba bem-feita, com um ar irônico, segura minha mão e diz que eu fiz a coisa certa, diz que eu sou uma mulher livre agora. Esse mesmo homem está com a cabeça caída na mesa do escritório, com uma faca enfiada no pescoço. Realmente me sinto mais livre... Rock, pó, álcool, barulho, homens, mulheres, todas têm um sorriso lindo depois que você cheirou todas as carreiras possíveis, até mesmo as banguelas. E eu amo todas elas. Quero experimentar todas as mulheres do mundo, me apaixonar por todas, pelo menos por meia hora... E quero ter os caras também, quero que se apaixonem por mim e me deixem passar por cima deles, exatamente do modo como já passaram por cima de mim. O coração bate rápido, sinto falta de ar, estou tonta; ouço som de batidas, me perco na estrada, fujo e acordo em um hotel. Ainda não sei distinguir se o que aconteceu foi real ou mais uma viagem, uma bad trip qualquer. Cada dia que passa fica mais difícil saber o que é verdade. Volto para o mesmo lugar, e o cara continua na mesa, o sangue ainda escorre... Ou eu matei esse cara ou esta é minha maior bad trip ever... E isso não me assusta.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Sinais de cura.
Eu não abro mais seus emails, não respondo mais suas mensagens, não quero mais sair com você, não te acho o cara mais lindo que já conheci e nem o que beija melhor e que tem gosto melhor e perfume mais gostoso. Não penso mais em você 24 horas, só umas 12 horas, e só pra lembrar-me de te esquecer. Eu não me imagino mais com você aos 50 anos de idade e nem cuidando de você no seu leito de morte. Me diverte saber o quanto você está desesperado, se pintando de dourado e pulando na minha frente para ser notado, dizendo: “Hey! Não se esqueça... eu sou o cara que roubou seu coração e nunca mais vai te devolver.” Primeiro: eu não gosto de dourado. Segundo: Você tem razão, você roubou meu coração e provavelmente não o terei mais de volta, mas aprendi muito bem, durante esses longos anos, a viver sem ele. Eu não preciso do meu coração, pode ficar com ele... Ainda existe sangue correndo nas minhas veias...
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
A garota que cansou de gritar.
Passei a vida toda tentando fugir da tão chata normalidade. Não queria emprego, não queria namorado, não queria amigos e não queria viver. Queria gastar meus minutos ouvindo boa música, bêbada, viajando e dormindo. Só queria dormir por longas horas, até que chegasse o dia em que eu não acordaria mais. O tempo passou e eu vi que não adianta brigar nem correr, não adianta mandar todos os seus chefes se fuderem, nem sua família a merda, nem mandar seus amigos irem tomar no rabo. Não adianta agarrar caras a força, morder lábios, gritar e sair correndo pelada na rua. Não adianta ficar puto, e nem adianta festejar e ficar puto amanhã de novo. Fui me cansando e me deixando levar, como se boiasse no mar de braços abertos e olhos fechados, sendo guiada pelo vento e pelas ondas. Alguns momentos são calmos e em outros as ondas me viram e quase me afogam... E eu não faço nada, porque me debater e tentar nadar contra a correnteza só me faz cansar e me desesperar, e sei que no final continuarei a boiar neste mesmo mar.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
De todas as drogas, você é que está me fazendo melhor. Vicio em ficar te olhando, tocando, passando as mãos nos seus cabelos. Vontade de beijar cada pintinha da sua pele, arranhar suas costas e dormir do seu lado. Quero sua barba roçando meu corpo, quero sentir seu gosto... Essa droga me faz andar sorrindo, achar tudo lindo e ficar com cara de boba. I´m a fucking junkie e não consigo ficar sem minha mais nova droga.
“Pessoas vêm e vão”, eu digo isso sempre, meio que tentando me convencer e não me abalar pelo fluxo de gente passando, revirando minha vida e indo embora. Nesses últimos meses eu repito pra mim mesma, “Não sofra pelos que estão te deixando, people comes and goes...”. Está sendo difícil. Muita gente especial chegando, muita gente especial indo. Pessoas que não voltarão nunca mais, pessoas que passaram longos anos fudendo com minha cabeça e que eu desejei que partissem se foram sem nem dizer tchau, amigas de bar que foram pra terras distantes e vão me fazer uma puta falta... Têm os que estão chegando, chegando na hora certa, ocupando lugares que foram deixados vazios e que só pessoas muito especiais podem ocupar. E mesmo que essas pessoas que estão chegando desapareçam em breve, as memórias de nossos momentos não serão apagadas... E tem aqueles que são “forever”, e esses sabem quem são.
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
Eu não sei onde colocar as mãos quando alguém me abraça, não sei o que fazer quando alguém me elogia. Quando me encaram, abaixo a cabeça ou mostro o dedo do meio. Quando me beijam eu fecho a boca, quando são simpáticos eu acho que é porque querem algo em troca. Se me dizem “eu te amo” é porque é gozação e se me fazem carinho é porque têm pena. Eu sou como um cachorro que foi criado na coleira, sem comida e na base da vassourada, e só obedeço meu dono que me castigou a vida inteira, eu só o conheço e acho que só ele tem razão. Pessoas como eu merecem castigo, e castigar deve oferecer uma satisfação quase que sexual. No mundo é assim, os que punem e os punidos... Passamos a vida sonhando em trocar de lugar com os nossos algozes, mas o tempo só vai passando enquanto eles vão fazendo novas vítimas, e nos deixando pra trás, zumbis, com nossas mentes vazias, carregando a imagem de seus rostos e as cicatrizes feitas por eles.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
Adeus a loucura.
Não quero gastar mais nem um segundo, esperando sentada na frente do computador, com os braços cruzados, uma mensagem idiota vinda de alguém que não vai me levar a nada. Todas as suas mensagens, todos esses anos, foram sobre você, cada frase tinha a palavra “Eu” no começo, no meio e no fim. A mesma palavra repetida tantas vezes me cansou. Seu nome me cansa, as musicas sobre você me cansam, até esses textos inúteis feitos pra você me enjoam. Acho que o que era pra sempre acabou, uma hora tinha que acabar... Você saiu dessa história toda da mesma maneira que entrou, cego, não enxergando nada além do seu próprio umbigo. Eu saí adulta, mesmo por que não dava pra ser uma menina a vida toda. Algumas marcas vão comigo, o que é bom, porque quando olhar pra elas vou me lembrar que nada nem ninguém vale à pena e que lágrimas e sangue não servem pra absolutamente nada, perda de tempo. Quando alguém passava a mão na minha cabeça e dizia “Vai passar...” eu me imaginava voando no pescoço da pessoa dizendo que ela não sabia de nada... Hoje eu dou razão... Vai passar... Mensagem pros amigos do clube: “Vai passar!” Eu sei que precisamos desse sentimento maluco que é a paixão pra continuarmos, para nos sentirmos vivos e especiais, mas eu não quero mais me sentir especial, agora só quero me sentir bem. Simples e bem. Eu não quero mais ler jornais, ouvir musica, ver filmes, e acessar a internet. Não quero. Eu concordo quando dizem que “ignorância é bênção”, eu não quero saber de nada. Eu quero me perder, me deixar levar, em outras bocas e outros toques, andar... Andar de cabeça baixa, andar encarando pessoas, olhando o céu, andar assobiando a musica mais boba. Não quero saber da droga da queda do dólar, da fome na África, e se a loira do BBB foi eliminada. Eu só quero ficar na rua, com pessoas de verdade, com vento e suor no rosto e sentir o corpo cansado de um dia cheio a ponto de deitar e dormir sem conseguir pensar em nada. Quero a mente vazia, ela já ficou lotada por muito tempo. Quero sentir outros gostos, outras sensações. Eu já sei bem o que é ficar na pior, agora chegou a vez de saber como é me sentir em paz. Se é que isso existe...
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
Pé na estrada novamente. Meu mundo numa mochila velha e pesada e a vontade de não olhar mais para trás, por que simplesmente não adianta. Eu prefiro não lembrar das bobagens de ontem à noite, as palavras gastas a toa, os toques na pele que não me arrepiaram nem o abraço apertado que eu não retribuí. Não vou ficar remoendo e decorando o nome das outras 37 garotas citadas na nossa conversa e que você insistia em me convencer de que eram melhores que eu... Você blefou. Elas podem ser melhores , mas sou eu quem você nunca deixa partir. Eu sei o meu nome e só ele me basta. Também sei o seu, mas dele eu vou esquecer. Vou deixar cada letra do seu longo nome jogada por onde irei passar e não irei retornar. Na estrada vou dormir em lugares diferentes, deitar minha cabeça em diferentes travesseiros e neles vão repousar meus pensamentos em você. Um pouco de você vai ficar em cada lugar, até não sobrar mais nada. E voltarei curada. Curada até ter a próxima dose do seu terrível veneno.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
Não importa o quanto eu corra, ele me alcança. Posso me esconder, mudar de país, mudar de emprego e de vida e ele me encontra. Posso viver sorrindo e mentindo pra mim mesma que está tudo bem e que com uns goles de whisky e uma noite com os amigos no melhor buteco do mundo ele não existe mais, mas ele existe, e está sempre me obrigando a ouvir sua voz e sua respiração de perto. Tão de perto que me sufoca, mas não perto o suficiente para que eu possa tocá-lo. Ele está no vento que sai pelo ar condicionado da sala do meu escritório, está diluído no meio da bebida barata e na fumaça do meu cigarro. Um pouco dele esta entre os fios do meu cabelo e entre as fibras do meu casaco. Ele está na minha corrente sanguínea, causando dores de estômago. Ele está nas pílulas rosas e nos comprimidos amarelos. Ele é o mal e a cura.
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
A mão suada e o coração rápido. Olhando pela janela do carro eu só pensava: “Caralho... eu realmente preciso beber...” Não tinha idéia do que me esperava e isso me deixava assustada e excitada. Fui preparada para o pior com pedras prontas para atirar na primeira chance, mas nenhuma foi usada. Me desarmei quando vi cicatrizes iguais as minhas, eu sabia que não haveria pedra capaz de ferir quem carrega essas marcas, marcas de quem já se fudeu demais. Vendo as cicatrizes, percebi que estávamos juntos pela mesma razão, ou melhor, pela “não-razão”. Éramos apenas gente gastando o tempo que ficou entre a morte de nossas almas e o fim de nossos corpos.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
Código de ética para os Senhores Covardes II.
Se você ficou com alguém, e foi só uma ficada mesmo, não iluda a pobre pessoa dizendo que foi legal e que você quer repetir e que vai ligar ou mandar e-mail... Seja machinho ou machinha e diga que tudo vai ficar por isso mesmo. Deixar alguém abrindo a caixa de e-mail de 2 em 2 minutos esperando noticias é de uma crueldade (e covardia...) ímpar.
Outra coisa: Algumas pessoas, quando se envolvem com pessoas mais fodas e legais, ficam com “medinho” e, num ato de covardia babaca, denigrem a pobre pessoa mais foda, o “covardefilhodaputainfeliz” tenta passar por cima da pessoa mais foda na tentativa desesperada de se superar... Esse, além de covarde, é patético!
Outra coisa: Algumas pessoas, quando se envolvem com pessoas mais fodas e legais, ficam com “medinho” e, num ato de covardia babaca, denigrem a pobre pessoa mais foda, o “covardefilhodaputainfeliz” tenta passar por cima da pessoa mais foda na tentativa desesperada de se superar... Esse, além de covarde, é patético!
Código de ética para os Senhores Covardes.
Eu já ouvi de meio mundo, principalmente de covardes típicos, que “não nos envolvemos emocionalmente com ninguém porque temos medo de nos machucar”. Mas que merda de desculpa...!Um cara que sabe das coisas, Oscar Wilde, disse uma vez que “corações foram feitos para serem quebrados”. Eu concordo com ele... Pra que você vai guardar seu coração inteirinho e bonitinho? Que coisa mais sem graça! Corações são para serem quebrados... Dói, dói pra caralho, parece que nunca vai cicatrizar, mas podem acreditar...Vocês sobrevivem! Então, senhores covardes, vivam e quebrem seus coraçõezinhos de pessoas medrosas! Mas, se isso não passa de desculpa furada para não ficar com a fulana que você não gosta, deixo pra vocês o “Código de ética para os Senhores Covardes II”.
Uma pessoa tem que ter muito significado pra poder me ferir. Eu tenho que gostar muito dessa pessoa, respeitar muito, adorar... Algumas pessoas já tiveram esse poder, usaram e abusaram dele e me feriram o máximo que puderam, mas o veneno já não faz mais efeito. Eu sei o quanto algumas pessoas têm tentado ultimamente...Mas, só pra avisar, é perda de tempo! Eu nem gosto de vocês, nem sei quem são, por isso eu ignoro a tentativa.
São Paulo é uma cidade que te puxa pra baixo.
Passei alguns dias na estrada, com um calor de mais de 40 graus queimando minhas costas, suada, vermelha, ardendo, sujinha, mas, por incrível que pareça, estava me sentindo bem e feliz.
Onde eu estava não tinha computador com “Speedy” e não tinha rock e não tinha os bares da Augusta, mas tinha muita cerveja para matar a sede, pessoas simpáticas, simples e humildes (pessoas bem diferentes das pessoas “cool, sofisticadas e modernas” de São Paulo). Onde eu estava tinha um rio, e eu ficava horas olhando para as águas correndo, ficava olhando sem pensar. Onde eu estava não tinha “ano novo” e essa babaquice toda de pessoas que se odeiam ficarem se abraçando (se tinha isso eu não vi... não vi luzes nem fogos nem ouvi gritos de “feliz 2008!”) Só me lembro de passar muito mal por causa do calor e da desidratação causada pelo excesso de álcool e apagar minutos antes da meia noite e acordar bem depois disso com um gatinho doentinho afofando minha barriga numa praça onde teve um show do Jair Rodrigues. (oh Dear God... É, nem tudo é perfeito na vida, quem sou eu para querer um show decente na “pqp”...).
Algumas pessoas, querendo me fazer caridade (eu disse que esse povo é legal...), me deixaram usar o computador por algum tempo, e, em 14 minutos de uso de uma Internet discada, a vida voltou a ser uma droga, computador é um grande mal na minha vida, é a droga que faz me sentir pior, pior que todas as ressacas e dores de estômago e de cabeça e todas as dores que todas as outras drogas causam... Mensagens pipocaram no MSN e tentaram acabar com meu dia, também mandei mensagens tentando acabar com o dia dos outros, mas depois simplesmente desliguei a máquina “from hell” e voltei pra minha vida de 1950.
Voltando para São Paulo você sente como aqui é uma cidade do caralho, onde tudo fede, onde as pessoas são extremamente estressadas (e com toda razão...), tudo é lotado e tudo é feio e tudo é um caos.
Um dia eu vou morar no mato, e todos vão me esquecer, e vou ser apenas uma pessoa sem nome e sem passado sentada na beira de um rio vendo a vida passar. Enquanto isso não acontece, aproveito essa zona e me misturo com toda a bagunça e desordem e me sinto em casa.
Passei alguns dias na estrada, com um calor de mais de 40 graus queimando minhas costas, suada, vermelha, ardendo, sujinha, mas, por incrível que pareça, estava me sentindo bem e feliz.
Onde eu estava não tinha computador com “Speedy” e não tinha rock e não tinha os bares da Augusta, mas tinha muita cerveja para matar a sede, pessoas simpáticas, simples e humildes (pessoas bem diferentes das pessoas “cool, sofisticadas e modernas” de São Paulo). Onde eu estava tinha um rio, e eu ficava horas olhando para as águas correndo, ficava olhando sem pensar. Onde eu estava não tinha “ano novo” e essa babaquice toda de pessoas que se odeiam ficarem se abraçando (se tinha isso eu não vi... não vi luzes nem fogos nem ouvi gritos de “feliz 2008!”) Só me lembro de passar muito mal por causa do calor e da desidratação causada pelo excesso de álcool e apagar minutos antes da meia noite e acordar bem depois disso com um gatinho doentinho afofando minha barriga numa praça onde teve um show do Jair Rodrigues. (oh Dear God... É, nem tudo é perfeito na vida, quem sou eu para querer um show decente na “pqp”...).
Algumas pessoas, querendo me fazer caridade (eu disse que esse povo é legal...), me deixaram usar o computador por algum tempo, e, em 14 minutos de uso de uma Internet discada, a vida voltou a ser uma droga, computador é um grande mal na minha vida, é a droga que faz me sentir pior, pior que todas as ressacas e dores de estômago e de cabeça e todas as dores que todas as outras drogas causam... Mensagens pipocaram no MSN e tentaram acabar com meu dia, também mandei mensagens tentando acabar com o dia dos outros, mas depois simplesmente desliguei a máquina “from hell” e voltei pra minha vida de 1950.
Voltando para São Paulo você sente como aqui é uma cidade do caralho, onde tudo fede, onde as pessoas são extremamente estressadas (e com toda razão...), tudo é lotado e tudo é feio e tudo é um caos.
Um dia eu vou morar no mato, e todos vão me esquecer, e vou ser apenas uma pessoa sem nome e sem passado sentada na beira de um rio vendo a vida passar. Enquanto isso não acontece, aproveito essa zona e me misturo com toda a bagunça e desordem e me sinto em casa.
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