E eu ainda muito longe, na Ilha Norte perto do fim do mundo. Cinco dólares nas mãos e uma oferta para lavar pratos em uma kebaberia. Ou é isso ou vou ter que enfiar o rabinho entre as pernas e vou ter que voltar, e eu ainda não posso, o coração ainda está inflamado. Ainda não. Vou lavar pratos.
Nove dias. Aguentei só nove dias. Minhas mãos já estavam cheias de perebas e eu corria o risco de perder meus dedos na maquina de ralar batatas. Enchi os olhinhos de lágrimas, fiz cara de gatinho do Shrek e o turco-chefe me deu a grana dos nove dias. Puta sorte! Ele não era obrigado a me pagar, ainda mais que eu trabalhava ilegalmente, whatever...
Fui pra rodoviária e peguei um ônibus, ainda me lembro do nome do busão, “Tongariro National Park”. Caralho, eu lá na puta que pariu e seu cheiro na minha blusa, eu sei que até parece letra de musica sertaneja, mas a droga do seu cheiro estava lá. Joguei a blusa fora e congelei...
Entrei no pub, bebi uma Stella, conheci 3 gúrias e fui jogar bilhar. Elas me pagaram cerveja, um rango, e eu fiquei no mesmo quarto que elas no albergue, conversamos sobre corações despedaçados. No dia seguinte peguei carona pra não lembro onde e deixei as garotas pra trás. Peguei carona com um inglês que tinha uma van (e eu, antes de entrar, pensei: “Putz, Van é carro de tarado/pervertido”), olhei pra cara do inglês e ele tinha cara de inglês e sotaque de inglês e era lindo, entrei na Van e uma amiga que me ajudou com a mochila só disse “take care girl”. Eu tropecei, cai com a cara no banco, deixei umas coisas cair, que o vento levou e o inglês foi correndo toscamente pegar tudo pra mim...Cute!
O inglês era tão inglês que não me fez nada, acho que mesmo que eu quisesse. Fumamos maconha juntos e tomamos um café e ele me deu a blusa dele porque percebeu que eu estava roxa de frio. Desci em uma praia e fiquei por lá. Mas me bateu um tédio. Mesmo com tantas coisas acontecendo eu fiquei bodeada e no dia seguinte eu voltei. Hoje até me arrependo um pouquinho...Talvez ainda hoje era pra eu estar por lá, mendigando cerveja e restos de cigarros. Um minuto de chateação e eu joguei tudo pro alto e voltei. Só ficou um monte de lembranças turvas de coisas tão surreais que nem parecem mesmo que aconteceram. Essa experiência toda me deixou mais livre. Hoje são poucas as coisas que me dão medo. Perder o emprego? Foda-se! Não ter dinheiro? Fo-da-se! Não gosta de mim? F-O-D-A-S-E-S-E-E-E!!! Hoje só tenho medo de perder a minha vontade, minha inquietação e minha paixão. Essas coisas entaladas na garganta, e essa dorzinha no coração que fazem eu me mexer. Eu só vou parar quando ainda essas gotas de sangue que correm e aquecem minhas veias secarem, e ainda falta algum tempo. Ainda sinto. E só você tem meu botão de liga/desliga. Eu já tentei fugir e ficar longe, mas não dá. Voltei. So ...Take me now, As I am.
Nove dias. Aguentei só nove dias. Minhas mãos já estavam cheias de perebas e eu corria o risco de perder meus dedos na maquina de ralar batatas. Enchi os olhinhos de lágrimas, fiz cara de gatinho do Shrek e o turco-chefe me deu a grana dos nove dias. Puta sorte! Ele não era obrigado a me pagar, ainda mais que eu trabalhava ilegalmente, whatever...
Fui pra rodoviária e peguei um ônibus, ainda me lembro do nome do busão, “Tongariro National Park”. Caralho, eu lá na puta que pariu e seu cheiro na minha blusa, eu sei que até parece letra de musica sertaneja, mas a droga do seu cheiro estava lá. Joguei a blusa fora e congelei...
Entrei no pub, bebi uma Stella, conheci 3 gúrias e fui jogar bilhar. Elas me pagaram cerveja, um rango, e eu fiquei no mesmo quarto que elas no albergue, conversamos sobre corações despedaçados. No dia seguinte peguei carona pra não lembro onde e deixei as garotas pra trás. Peguei carona com um inglês que tinha uma van (e eu, antes de entrar, pensei: “Putz, Van é carro de tarado/pervertido”), olhei pra cara do inglês e ele tinha cara de inglês e sotaque de inglês e era lindo, entrei na Van e uma amiga que me ajudou com a mochila só disse “take care girl”. Eu tropecei, cai com a cara no banco, deixei umas coisas cair, que o vento levou e o inglês foi correndo toscamente pegar tudo pra mim...Cute!
O inglês era tão inglês que não me fez nada, acho que mesmo que eu quisesse. Fumamos maconha juntos e tomamos um café e ele me deu a blusa dele porque percebeu que eu estava roxa de frio. Desci em uma praia e fiquei por lá. Mas me bateu um tédio. Mesmo com tantas coisas acontecendo eu fiquei bodeada e no dia seguinte eu voltei. Hoje até me arrependo um pouquinho...Talvez ainda hoje era pra eu estar por lá, mendigando cerveja e restos de cigarros. Um minuto de chateação e eu joguei tudo pro alto e voltei. Só ficou um monte de lembranças turvas de coisas tão surreais que nem parecem mesmo que aconteceram. Essa experiência toda me deixou mais livre. Hoje são poucas as coisas que me dão medo. Perder o emprego? Foda-se! Não ter dinheiro? Fo-da-se! Não gosta de mim? F-O-D-A-S-E-S-E-E-E!!! Hoje só tenho medo de perder a minha vontade, minha inquietação e minha paixão. Essas coisas entaladas na garganta, e essa dorzinha no coração que fazem eu me mexer. Eu só vou parar quando ainda essas gotas de sangue que correm e aquecem minhas veias secarem, e ainda falta algum tempo. Ainda sinto. E só você tem meu botão de liga/desliga. Eu já tentei fugir e ficar longe, mas não dá. Voltei. So ...Take me now, As I am.
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