segunda-feira, 30 de junho de 2008

E nós somos assim mesmo, precisamos de problemas, precisamos causar pra sentir o sangue correndo. Precisamos beber até cair, beijar bocas cheias de dentes estragados, precisamos cair e ficar caídas, acordar em camas que não conhecemos o dono, dançar feito bonecas de Olinda, borrar a maquiagem e se descabelar. Gritar, chorar e fazer risquinhos nos braços com cacos de vidros. Precisamos da falta de vocês, porque com vocês fica tudo sem graça. Precisamos disso. Só somos felizes, infelizes. Completas somos vazias.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Te vi chorando ontem. No começo pensei que eu deveria ser uma alma nobre e te ajudar, mas cansei... Eu quero que você se foda! Quero que se arranhe todo, e que queira morrer e que acorde abraçando um bueiro e que seus olhos fiquem cegos e sem alma. Quero que você passe o dia todo na cama olhando para o teto, que tome pílulas e tente dormir pra não acordar mais. Quero você querendo tanto algo ou alguém, querendo tanto, que até vai parecer que estão te socando forte no estômago, quero que você sinta dor, dor que nada e nenhum remédio faça passar. Te vi chorando ontem, chorando por ela novamente, e tudo que te desejei ainda acontece comigo.

Sobre cervejas, cigarros e babacas...

Usar a bebida como desculpa pra dizer que não se lembra do que se fez e do que se falou é desculpa de palhaço (eu faço isso às vezes porque eu também sou uma palhaça... às vezes). Eu sei que um porre de vodca apaga qualquer coisa da sua cabeça, mas fulano beber um gole de rabequinha e dizer que está fazendo merda porque está muito bêbado é babaquice!Pura babaquice! Falta de coragem. Falta de culhões. Falta de... Sei Lá o que... Já saí com vários babacas que fizeram essa merda de não olhar na minha cara no dia seguinte. No começo saía ofendidinha, mas depois comecei a fazer a mesma coisa... E não é que ontem me aparece um palhaço pagando de putinho ofendido comigo? “Poxa Bia. Não é possível você não se lembrar de nada, foi tão legal... blá blá blá...” Tudo que vai, volta... e pra esse pateta patético voltou... Ele vivia pagando de gatinho, saiu com minhas amigas e foi um total escroto com elas... E agora fica chorando? Gente... Eu não sou feminista, defensora das fracas e das oprimidas nem nada... Mas o que se passa com vocês moleques? Hein? Caras, sejam homens e digam: “Ontem foi legal, mas não quero mais”... “Ontem foi uma merda, Deus me livre de você de novo”, sei lá, sejam machos pra caraleo e digam! Mas não cubram a cara com o boné (boné... tosco!) ou não saiam correndo no dia seguinte quando vocês estiverem com outra vítima... Que diversão existe em fazer as pessoas se sentirem um lixinho? Escrotos, continuem com todos os seus joguinhos e truques baratos que um dia isso volta...

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Sobre cervejas, cigarros e bonecas...

Queria ser linda. Tão linda quanto ela, e queria ser esperta também. Tão esperta quanto sua garota. A vida parece mais fácil pra garotas lindas e espertinhas. Ela é uma puta garota esperta (também uma garota puta, mas isso não vem ao caso, soará como dor de cotovelo, e é...) Queria fazer as coisas que ela faz com você, conseguir te fazer rir como ela faz, arrumar os seus cabelos como ela arruma e andar de mãos dadas com você na rua como ela faz. Se querer ser outra pessoa é invejá-la então eu admito que sinto uma invejinha dela. Minha esperteza não me trouxe você, mas te levou pra ela. Ela é toda mulherzinha, enquanto eu, sempre fui mais macho que você, que me disse uma vez que “eu gosto de mulherzinhas, garotas como você fazem eu me sentir um fracote”. E você realmente é um fracote! Mas também é esperto pra caramba, fez a escolha certa quando escolheu a miss perfeição no lugar da miss maluca. A miss maluca não serve pra você, a miss maluca até já te machucou, a miss maluca é...Maluca! Já a sua garota não... Ela fala as frases que precisam ser ditas, te beija na hora certa, anda retinha nos saltos, cabelos alinhados e batom cor de rosa. Eu deveria ter sido esperta como ela e não ter chorado e borrado a maquiagem, me fez ficar feia e você não gosta de meninas feias. Também não deveria ter dançado tanto, me fez ficar suada. O cigarro me deixou com dentes amarelos e a bebida me fez rir alto demais. Você gosta de garotas alinhadas, e eu sabendo disso não fui muito esperta em escolher viver a vida de verdade a ser uma bonequinha. A sua bonequinha. Será que você vale o preço de viver de aparência? Viver sendo o que eu não sou? Acho que não, e por isso vou procurar me importar menos com o casal perfeição, a Barbie e o Ken, enquanto eu fico na minha, vivendo minha vida cheia de defeitos, barulhenta e amassada. E...Bonecas são um saco!

Sobre cervejas, cigarros e TPM...

TPM sux! Meu corpo passa a não ser meu, eu fico mocinha e chorona, chorona e gorda, chorona e com a cara cheia de espinhas, chorona e chata pra caraleo. E minha barriga dói e minhas costas doem. E tenho sono e... Droga, não interessa.

domingo, 1 de junho de 2008

Enjoy the life!

Cansei de ser tantas. Não quero mais ser. Ser cansa demais, dá trabalho. Vou jogar minha personalidade na sarjeta e só haverá meu corpo. Um pedaço de carne andando, pegando metrô, trabalhando e vendo TV. É mais fácil assim. Não vou mais querer, desejar, chorar ou amar. Não quero mais pensar, pensar pra quê? Nada é do jeito que gostaríamos que fosse, e não há o que fazer ou pra onde correr, sempre perderemos no final. Sempre haverá alguém que te comprará, seja com um salário no fim do mês ou com carinhos falsificados. É assim que é, e não vai mudar. Jogue sua alma na sarjeta, arrume um emprego, compre uma TV, envelheça e morra!
Não sei se é um começo de “delirius tremen”, pode ser, o lance é que vejo seu rosto em todos os malditos lugares, na cara de todas as pessoas. É medonho! Não tenho pra onde correr. Mesmo se eu me trancar em um quarto escuro e fechar os olhos, você aparece. Meus amigos já disseram pra eu parar de beber e cheirar tanto, eu tentei, mas mesmo sóbria eu te vejo, o que me assusta muito mais, por que, ficar louca vendo seu rosto estando bêbada é aceitável, mas até sóbria?! Seria maldição? Macumba? Ou virei mais um caso para camisa de força?
O papel em branco me assusta. Nada acontece para que eu possa falar. Eu costumava falar dele, apenas dele, porque ele me movia. Mas dele já tive muito, ou melhor, já tive muito da falta dele, e toda essa falta me levou a ter ressacas tão ruins e fortes que sobre ele não posso mais escrever, eu tento, mas qualquer gole dele me faz enjoar, e com o vomito se esvaem as minhas poucas palavras, palavras que já foram ditas, ditas e escritas milhões de vezes e que só agora eu consegui me convencer que não serão ouvidas ou lidas. Você não lê e, quando lê, não entende. Eu grito e você não escuta. Eu subo na droga da mesa, tiro a roupa e você continua olhando pro lado oposto. O papel em branco me assusta, mas não me assusta mais do que os papéis com textos que minhas mãos escreveram seguradas pelas suas.