quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Não importa o quanto eu corra, ele me alcança. Posso me esconder, mudar de país, mudar de emprego e de vida e ele me encontra. Posso viver sorrindo e mentindo pra mim mesma que está tudo bem e que com uns goles de whisky e uma noite com os amigos no melhor buteco do mundo ele não existe mais, mas ele existe, e está sempre me obrigando a ouvir sua voz e sua respiração de perto. Tão de perto que me sufoca, mas não perto o suficiente para que eu possa tocá-lo. Ele está no vento que sai pelo ar condicionado da sala do meu escritório, está diluído no meio da bebida barata e na fumaça do meu cigarro. Um pouco dele esta entre os fios do meu cabelo e entre as fibras do meu casaco. Ele está na minha corrente sanguínea, causando dores de estômago. Ele está nas pílulas rosas e nos comprimidos amarelos. Ele é o mal e a cura.

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